sexta-feira, 19 de julho de 2013

A PARTIDA DE UM FILHO

Para a perda de um filho não há cura, tratamento, nem alívio para a dor.
A perda de um filho faz sofrer o coração até o fim. Fim que não chega nunca.
Morre-se um pouco todos os dias. Enlouquece-se de dor, sem se perder a razão.
Dizem que mãe não deveria chorar a morte do filho, mas a dor desta perda é um pranto com lágrimas, um lamento silencioso.
Um verso de Chico Buarque diz que “a saudade é arrumar o quarto/ do filho que já morreu”. 
Mas essa não é a maior dor. A saudade do filho que já morreu é a dor de todas as dores.
 Pensei que pudesse esconder tal dor, mas,no fundo dos olhos o brilho se apagou,
e a lágrima é a dor que transborda, que afoga e sufoca.
Vejo a vida de meu filho ir-se não de uma vez, mas todas as vezes que me deparo com algum jovem que teria a idade dele hoje.. Imaginar como ele estaria..
 Vendo  os outros rapazes, brincando, namorando,jogando,passeando,dirigindo, 
curtindo a vida é quase que impossível não chorar,não sofrer,não imaginar o meu CRISTIANO..
Conto essa história sem mágoas, ódios ou rancores. Mas a angústia que sinto, ao todo momento vejo o rostinho do meu menino lindo e a falta que ele me faz e de como se foi tão cedo,às vezes me faz fraquejar.
Porém, surpreendentemente,
 Deus me concede uma inexplicável força para seguir em frente
 com a determinação de quem não se entregou à maior dor que uma mãe pode sentir..
 a dor de ficar sem o seu próprio eu..
E só quem prestar muita atenção perceberá lá no fundo dos meus olhos a dor... 
aquela, maior de todas,que vem do fundo da alma,do desespero do meu coração.
A dor da mãe

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